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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Nossa comunidade é muito mais do que isso! Tá na hora de mudar essa "verdade".
Embora só se ouça falar em violência, insegurança, deficiência na saúde e
outros problemas vivenciados pelos moradores do bairro João XXIII, ainda é possível
encontrar em meio a tantas reclamações por parte dos moradores, o contraste de
várias crianças se divertindo numa pequena quadra de esporte, localizada no
centro da praça do bairro, e as crianças, algumas acompanhadas pela mãe.
Perguntada se ela temia em trazer os filhos para brincar naquele local, a dona
de casa Edinete da Silva, 26 anos, diz que é uma das poucas opções que oferece
lazer às crianças no local. “É perigoso, é. Mas fazer o quê, se essa é a única
opção que a gente tem para trazer nossos filhos”, reclama a jovem revoltada com
a situação.
As crianças embora não tenham maturidade suficiente, já são conhecedoras
dos problemas que acometem a comunidade. Pedro Victor, estudante, de 11 anos, o
mais velho das cinco crianças entrevistadas, fala que o bairro é perigoso e que
acabara de presenciar um assalto ocorrido a poucas horas antes da nossa
chegada. “Acabaram de assaltar uma menina bem ali, eu vi e peguei foi o beco” comenta
Pedro, um pouco apreensivo e com um sorriso inocente nos lábios.
Assim os moradores do bairro João XXIII, juntamente com líderes e pessoas
que buscam dar voz a essa população, seguem na luta de um melhor João XXIII
amanhã. Para assim não só ter a liberdade de ir e vir com segurança, mas de
também oferecer a seus filhos a oportunidade de crescer com dignidade, buscando
sempre uma educação de qualidade, uma saúde digna e lazer de verdade para todos,
mantendo-os assim longe da vida marginalizada.
Segurança e saúde comprometidos
Cada vez mais é
frequente a participação das lideranças comunitárias na luta em busca de
melhores condições de vida para os moradores de bairros em Fortaleza.
Líder comunitária desde 18
anos, Maria Ilanilce Neves, 46, uma das cinco líderes, diz que a segurança do
bairro João XXIII está precária. O descaso com a saúde, também vem sendo um dos
problemas mais frequentes do bairro.
A falta de segurança vem sendo um das situações mais
graves. Segundo Maria Ilanilce, “A praça do João XXIII é o único espaço de
lazer para os moradores, porém a mais perigosa para a população, pois a
presença de usuários de drogas é frequente, sem falar em assaltos e até mesmo
assassinatos constantes no local.
Segundo a líder,
a saúde é outro fator importante que tem preocupado a população ”Nossa saúde
está uma negação, a falta de medicamentos de materiais para os médicos e
dentistas, também é um dos problemas mais presentes”, ressalta.
Atualmente
existem três postos de saúde no bairro, são eles: MAGALHÃES DE ALCÂNTARA, POSTO
JOÃO XXIII E POSTO CIES.
Paloma Araújo
Tem no bairro e não "funciona"
-3 postos de saúde: Embora haja 3 postos de saúde, o funcionamento é precário . Há poucos médicos e muita gente;
- Segurança; Vê-se uma ou outra viatura do ronda do quarteirão circulando. Detalhe: na outra esquina o vizinho é assaltado.
-Uma Rádio Comunitária: Diz que é comunitária, mas eu não lembro de ter visto beneficiar ninguém da comunidade, pois vive fechada.
Tem no bairro e funciona!
-Defensoria Pública; Auxilia a população em meio as necessidades jurídicas apontadas pela comunidade;
-Albergue : Funciona como apoio a
adolescentes (só mulheres) pra que elas não durmam na rua. funciona
somente a noite e pela manhã elas são livres. A faixa de idade é entre
10 a 16 anos.
-ABC: Local onde acontece esportes voltado para a comunidade principalmente
para as pessoas carentes, oferece futsal, capoeira, balé, e várias modalidades. Há também a
organização de blocos que fazem o bloco de rua do bairro que saem na
época do carnaval ( o bloco já está virando tradição).
-
Tai Chi Chuan : Terapia pra idosos. Tem como finalidade o equilíbrio
do corpo e da mente. Funciona dias de 2° e 4° feira no horário de 6:30 .
Centro Social Maurílio Assêncio
O Centro Social Maurílio Assêncio funciona há mais de 8
anos. Toda terça e quinta-feira acontece o forró da 3° idade, além disso
acontece aulas de balé nos turnos manhã e noite e aulas de capoeira e
dança. O centro é voltado para a comunidade e tem convênio com a
prefeitura. O lugar também é cedido para eventos particulares.
Thamires Giló
Thamires Giló
História do Bairro
O João XXIII é um dos poucos bairros de Fortaleza que tem um calendário de eventos. No final de Junho e início de julho, comemora-se a tradicional festa do São Pedro, já em sua 34° edição. Forró, comidas e bebidas típicas fazem a alegria da população.
O Bairro cresce a partir do local onde hoje fica a Praça Governador César Cals, popularmente conhecida como Praça do João XXIII. A região, antes de ser denominada de Bairro João XXIII, teve vários loteamentos: Parque Santa Fé, Parque Santa Cruz, Parque Aurora, Jardim Aclimação, Conquista, Parque São Luís e Pici das Pedreiras. Os transportes públicos eram feitos só do Centro para Parangaba. A única via de acesso era o Beco Novo, estreito, cheio de buracos e muita poeira, atualmente, a Rua Perdigão de Oliveira.
O João XXIII, oficialmente, foi fundado em dois de junho, em homenagem ao Papa João XXIII, que faleceu em 1963, quando poucas famílias residiam no local. As casas distanciavam-se, uma das outras, por mais ou menos 200 metros. Nos diversos loteamentos da área, predominavam as matas verdes. “Não havia estradas, escolas ou postos de saúde. Tudo era concentrado no Centro ou em Parangaba”, diz o ex-vereador Maurílio Assêncio.
O transporte, do Centro para Parangaba, era feito em caminhonetas, quatro vezes ao dia: 6, 7, 12 e 18 horas. “Quem perdesse esse horário era obrigado a vir a pé ou alugar um carro”, conta Maurílio. Ele diz que quando alguém adoecia, por falta de ambulância, os moradores eram obrigados a alugar jipes. O hospital mais conhecido era a “Assistência Municipal”, hoje IJF Centro.
Não havia escolas públicas, energia, telefones, praças, ônibus, nem ruas pavimentadas. Eram poucas as famílias: Bragas, Cordeiros, Nunes e os Abreus. A igreja não havia sido construída. Os fiéis rezavam numa pequena capela construída em 1966. A primeira missa foi celebrada em 18 de julho de 1963 por Dom Raimundo de Castro e Silva, em baixo de um pé de cajueiro onde hoje fica a Rua Júlio Braga. Foram feitas 325 crismas, e, posteriormente, a páscoa dos casais e da juventude do João XXIII. A Igreja Imaculada Conceição, hoje uma paróquia coordenada pelo Padre Flávio, foi construída em 1986.
Algumas famílias muita antigas no bairro e que impulsionaram o desenvolvimento do João XXIII, foram: a dos Abreus, Cordeiros, Bragas, Nunes e Assêncio. O Conselho dos Moradores do Bairro João XXIII começou a ser organizado de fevereiro a junho de 1963, quando Maurílio fixou residência no local. A entidade foi criada também em dois de junho. Para reunir os moradores, discutir os problemas e buscar soluções, Maurílio alugava filmes e passava no Bairro, às segundas-feiras, a partir das 19 horas. “Como não havia nenhuma outra forma de divertimento, esses filmes juntavam muita gente. Toda a comunidade se fazia presente”, disse.
A primeira escola funcionou na própria casa de Maurílio Assêncio e foi fundada em dois de junho de 1963. No mesmo ano, em 10 de outubro, foi criado o João XXIII Futebol Clube. O Sistema de transporte era feito por camionetas da Praça José de Alencar ao Parque Santa Fé, atualmente João XXIII. Em 1965, o Grupo Escolar Presidente Kennedy foi fundado e, no ano seguinte, a primeira escola pública, construída pelo governador Plácido Castelo, foi entregue com o nome de Colégio Heráclito de Castro e Silva. A eletrificação chegou em 1969.
Crescimento. O Bairro João XXIII, região norte de Fortaleza, está localizado na área da Regional III, e cresce a cada dia que passa. A população é de quase 27.000 habitantes. Ao Norte fica o Jóquei Clube; ao Sul, o Bonsucesso; ao Oeste, Henrique Jorge; e a Leste, a Parangaba.
Maria Thais Mesquita
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